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Wednesday, August 26, 2009

GR22 - Rota das Aldeias Históricas

GR 22 – Grande Rota das Aldeias Históricas

A rede de aldeias históricas revelaram-se se como uma óptima estratégia de desenvolvimento do e valorização do interior de Portugal. Tanto a nível cultural como histórico estes locais estão repletos de características interessantes a conhecer. As intervenções apoiadas pelo FEDER permitiram uma evolução na valorização do património. Estas são:

- Almeida
- Belmonte
- Castelo Mendo
- Castelo Novo
- Castelo Rodrigo
- Idanha-a-Velha
- Linhares
- Marialva
- Monsanto
- Piódão
- Sortelha
- Trancoso






















Mais informações em Aldeias Históricas de Portugal http://www.aldeiashistoricasdeportugal.com/


Já em cerca de cinco anos tinha feito as duas etapas mais difíceis em termos de altimetria entre Castelo Novo – Piódão – Linhares. Assim planeei esta travessia nos três dias que haviam disponíveis.

Por volta das sete da manha partimos de Oliveira de Azeméis em direcção a Linhares da Beira. A chegada ao Castelo de Linhares foi por volta das nove da manha. Iniciamos a preparação das máquinas e confirmamos o material a transportar. Para uma travessia de três dias decidimos não facilitar e levamos bastante material de substituição para eventuais problemas.


Etapa 1 – Linhares da Beira – Castelo Rodrigo – 125 km – 2250 m de acumulado
















Após um cafezinho no “Mimoso” arrancamos para a nossa aventura. Inicialmente tivemos alguns problemas para nos aproximar-mos do track. Junto a Carrapichana apanhamos o track e o seguimos daí para a frente. Sabíamos que teríamos muitos km pela frente logo o nosso andamento teve que ser regular e a um ritmo relativamente rápido.












































Não estávamos a espera era de tanto calor. De facto ainda de manhã sentíamos um calor insuportável e prevíamos dificuldades para o resto do dia. Os trilhos por onde pedalávamos eram estradões rápidos de terreno compacto o que permitia velocidades rápidas. Estávamos cheios de energia e com muita vontade de pedalar. O único incomodo era a mochila que transportávamos as costas. A paragem para almoço foi em Marialva.














Castelo de Marialva

















































Após o reforço subimos ao ponto mais alto de Marialva. È uma aldeia acolhedora e relativamente pequena. A simpatia do povo nestes locais é sempre uma referencia assim como a curiosidade como o local de onde vínhamos e para onde nos dirigíamos. Após a visita seguimos o gps em direcção ao nosso destino. A temperatura estava muito elevada e mesmo com a muita água que bebíamos semtiamos alguns ligeiros sintomas de desidratação. Qualquer fonte ou torneira era ponto obrigatório para nos refrescar-mos. Em cidadelhe voltamos a atestar os bidões para a passagem do rio Côa. Esperava-mos maiores dificuldades mas a passagem foi pela estrada que liga as duas margens em direcção a Castelo Rodrigo.



A 10 km do final paramos para umas cervejinhas fresquinhas e uns tremoços. Que bem que soube num dia com muito calor. O Joaquim ainda foi o feliz contemplado com uma picada de abelha


Ficamos alojados em Figueira de Castelo Rodrigo na residencial transmontano e o jantar foi na Cerca (http://www.restauranteacerca.com/restaurante.php ). Deliciamo-nos com uns nacos de vitela “à cortador”. Uma excelente opção.

Etapa 2 – Castelo Rodrigo – Sortelha – 135 km – 1950 m de acumulado


Após um pequeno almoço bem reforçado começamos a trepar em direcção ao castelo. Logo no inicio tive um furo na roda traseira. Após encher novamente tudo ficou resolvido após o gel selar a fuga. Nada como o tubless, ao fim de um ano e de muitos km em todo o tipo de trilhos esta foi a primeira surpresa que tive e bem fácil de resolver.

Castelo Rodrigo fica cerca de 150 metros acima de Figueira de Castelo Rodrigo.Perdemos algum tempo a visitar Castelo Rodrigo e depois prosseguimos a nossa jornada.



Tínhamos muitos km pela frente em direcção a Sul ao nosso destino, Sortelha. Assim tivemos que manter um ritmo vivo nos longos estradões de terra batida. De facto conseguimos rolar a médias elevadas num constante sobe e desce. Pedalando junto a fronteira a paisagem era dominada por campos de cereais e áreas abertas. Conseguíamos ver o estradão que teríamos que percorrer no horizonte.

O primeiro local interessante para uma paragem foi a aldeia histórica de Almeida. Caracterizada por estar envolvida numa muralha em forma de estrela foi o ideal para um reforço alimentar e relaxar um pouco.

Posteriormente passamos por Castelo Mendo e iniciamos uma descida em constante zig-zag em direcção ao rio. Nesta fase teríamos já cerca de 70 km de viagem e após a passagem do rio e durante a subida mais uma vez o calor apertou.


Descida em Castelo Mendo

Parecia que os km não passavam e foi duro os restantes 65 km. Além da capacidade física a força mental tb nos ajuda a superar estes desafios. Com a comida energética limitada uma vez que parte ficou em casa paramos algumas vezes para nos alimentarmos.

Paragem para almoço

Entrada na muralha de Sortelha

Marca GR22 ao longo do caminho


Até Sortelha voltou a ser uma constante de estradões de terra batida largos e rápidos. De realçar apenas um troço de cerca de 10 km em plano onde deu gozo andar quer pela velocidade quer pelas constantes mudanças de direcção. Já perto da chegada paramos mais uma vez para a habitual “cervejinha” para matar a sede.

Paragem para refrescar... A vossa...


A chegada a Sortelha foi a descer e quando menos esperávamos encontramos o nosso alojamento. Ficamos muito bem instalados na casa da Cerca. Este alojamento rural é uma propriedade antiga mas muito acolhedora. Desde a decoração ao mobiliário tudo está em bem preservado e com óptimas condições. A área exterior era grande e com um enorme tanque onde nos refrescamos após a longa jornada.

Casa da Cerca em Sortelha

Ainda antes da viagem todos os alojamentos estavam marcados e até os restaurantes. Nestas pequenas aldeias nem sempre é possível encontrar os restaurantes abertos ainda mais se não for na época de verão. Alternativas são o restaurante D. Sancho (271 388 267) no interior da muralha e fora dela o restaurante Celta (271388291)

Etapa 3 – Sortelha – Castelo Novo – 140 km – 2450 m de acumulado


Terceiro e ultimo dia… Iniciamos com a subida ao Castelo de Sortelha e visitamos a aldeia. Muito antiga e pitoresca


Castelo de Sortelha


Aldeia de Sortelha


De regresso ao track e na subida de saída da Sortelha apanhamos um vendaval no inicio da manha. Já no track regressamos aos estradões de sobe e desce que rasgavam as planícies. A parte mais bonita de todas foi na passagem da Serra da Malcata onde precorremos a albufeira de Meimoa.

Lagoa de Meimoa

Paisagens soberbas na base da Serra da Malcata. Era o contraste da vegetação de um lado com a água do outro. Foram ainda cerca de 10 km de percurso que terminaram com a passagem da barragem.

Monsanto a vista...

Muitos km após a partida aproximávamo-nos de Monsanto. Via-se ao longe e previa-se uma “suadela” para trepar até ao topo. A ascensão foi por estrada e a compensação estava no topo. Fomos a Taverna Lusitana http://www.tavernalusitana.com/ para almoçar. Um espaço muito agradável e com uma vista fantástica. A tosta de queijo e presunto estava deliciosa. Sem duvida um local a visitar em Monsanto.


Subida de Monsanto


Vista do topo de Monsanto

Taverna Lusitana

De seguida arrancamos e descemos Monsanto pela calçada antiga. Nunca mais chegava ao fim. Depois de tantos km foi uma tortura para os braços e pernas descer numa trepidação constante e passar esta zona técnica.

Rapidamente chegamos a Idanha-a-Velha. Mais uma vez parece que estava parada no tempo. O movimento que se via era de turistas que visitavam a aldeia. Sem grandes demoras seguimos viagem pois já estávamos atrasados para a chegada a Castelo Novo. Nesta altura lembro-me de olhar para o GPS e verificar que estávamos a cerca de metade do percurso. Ainda faltavam aproximadamente 70 km e já procurava fazer contas antevendo a hora de chegada. Não fazíamos ideia do que nos esperava pois o terreno era de mais difícil progressão e as reservas de energias já iam baixas. Como o relógio não parava optamos por fazer cerca de 10 km pelo asfalto directamente a Castelo Novo diminuindo assim um pouco o tempo de viagem.


A aproximação a Castelo Novo foi a subir. Uma subida agradável pois terminaria a nossa jornada. A nossa espera estava o Rui que nos tem aturado nestas andanças. Mais uma vez obrigado Rui pela disponibilidade e paciência.

Após uma mesa farta de Minis e aperitivos regressamos a casa.

Em resumo foram três dias de puro BTT por alguns dos locais mais bonitos e culturais de Portugal num total de 400 km e aproximadamente 6500 metros de subida acumulada.

Para breve fica a promessa de repetir as etapas Castelo Novo-Piodão-Linhares de modo a concluir a GR22


NOTAS:

- A sinalização da rota é muito deficiente e as situações de dúvida constantes. Valeu o track de GPS fiável pelo qual nos seguimos.
- Não há necessidade de transportarem um grande volume de água. Com alguma frequência se pode encontrar água nas aldeias.
- Importante levar material de reparação e substituição para as bicicletas pois não será fácil recorrer a apoio externo.
- Contenção no volume da carga a transportar. Levamos apenas o essencial. Um equipamento de BTT é o suficiente, lavando no fim do dia fica pronto para o dia seguinte. São muitos km para fazer de mochila as costas ou de alforges cheios.
Boas pedaladas...